12/09/2019

Conversa Aberta da UniFAJ tem participação de povos indígenas

A plateia foi composta por mais de 200 alunos de vários cursos da instituição e também público externo

A UniFAJ (Centro Universitário de Jaguariúna) recebeu pela primeira vez um grupo indígena. Os integrantes da aldeia Kariri-Xocó, de Alagoas, participaram do evento Conversa Aberta, realizado no dia 29 de agosto, no Campus 2, para uma plateia de mais de 200 alunos de vários cursos da instituição e também público externo.

Os indígenas mostraram um pouco de sua cultura por meio de artesanato, dança e música e ainda debateram sobre questões políticas e sociais. “Gostaríamos de agradecer a todos, e até as pessoas que não puderam estar aqui, porque sabemos o quanto elas gostariam. E que possamos nos encontrar novamente aqui. Foi uma surpresa a interação. Mas pra gente o que vale é entrar em conexão com vocês, isso é tudo”, disse Wyanã Uia, representante da aldeia.

Para o professor de ciências sociais em saúde, comunicação e relacionamento interpessoal da UniFAJ Luis Felipe Valle, que participou do debate, foi importante trazer os povos indígenas para desmistificar e aproximar os estudantes desses grupos que são uma parte fundamental da sociedade e derrubar tabus, mostrando que esses povos existem e estão presentes hoje, em 2019, nas lutas coletivas dentro do país. “É uma oportunidade para dar voz para que eles falem e para mostrar que eles estão presentes, que estão muito mais próximos da gente do que parece, que eles têm problemas dos quais todos compartilham, e problemas próprios que podem se tornar menos piores com a nossa ajuda”, pontua o geógrafo.

O docente afirma que “estamos numa luta frequente dos tabus, dos mitos e do esclarecimento de situações que envolvem culturas diferentes, conhecimentos diferentes, dos quais os alunos têm se afastado, apesar do acesso à tecnologia.”

Para Luis Felipe, o resultado do evento foi excelente, pois sensibilizou muito as pessoas, pois é uma presença muito forte dos indígenas. “A impressão é que o público saiu motivado a buscar mais informações sobre esse tema, e a universidade tem esse foco de mostrar os problemas e estimular os alunos a buscarem soluções”, percebeu.

Pedido dos alunos

A iniciativa de trazer povos indígenas ao campus da UniFAJ partiu de uma sugestão dos próprios alunos da instituição. “No final de abril a gente fez uma edição do Conversa Aberta sobre como a linguagem indígena influenciava a linguagem do brasileiro não-indígena. Na época trouxemos uma antropóloga, um geógrafo e uma psicanalista para falar sobre o assunto. Mas não conseguimos naquele momento trazer um indígena. Daí, uma aluna da plateia se levantou e disse que achava muito importante ouvir todos, mas que era incrível não ter um indígena na mesa. Na época tentamos realmente trazer, mas não é fácil”, relata Natália Marangão, gestora do programa sócio-cultural TOM da UniFAJ.

“Dessa vez, por sugestão de um aluno da psicologia, a gente conseguiu trazê-los. Essa pode ser a primeira de várias interações que podemos ter com eles”, comemora Natália.


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